Esta seria uma frase que caberia muito bem ao
contexto atual em que o Brasil está passando. Porém, é um tanto grotesco dizer
que o país, hoje, tem um comandante. Mandar e diferente de comandar. Estamos
atravessando um momento crucial no que concerne à moralidade. A corrupção é um câncer que tira
direitos valiosos da população. Por conta
de todos os escândalos que vimos nos desvios do dinheiro público, este ano,
vamos com certeza, ter um dos maiores índices de votos nulos e em branco, sem
contar com as abstenções.
Os pequenos atos irregulares julgados como sem
importância por quem os cometem e os grandes desvios de dinheiro público,
juntamente com o mau exemplo daqueles que deveriam, na administração pública,
zelar pela coisa pública, faz com que a população deixe de adotar práticas
éticas no dia a dia. Pesquisa do Ibope detectou que 75% do povo brasileiro
condenam a corrupção na vida pública, mas faria o mesmo se lá estivesse. São atos
como furar fila, pagar propina para não receber multa, que acabam se
espalhando. Uma coisa reforça a outra. E aqueles que estão na vida pública e
observam que a população não cumpre isso no dia a dia acabam tendo a percepção
que existe uma tolerância em relação a essas práticas.
Tudo isso leva a uma cultura danosa à sociedade. A desconfiança é
generalizada, e quem mais perde com isso é o país. Infelizmente nossa classe política é a maior
culpada de todo este desgoverno. “Sinto vergonha de mim, por
ter feito parte de uma era, que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e
ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das
virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a
negligência com a família, célula-manter da sociedade, a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo, buscando a tal
"felicidade" em caminhos eivados de desrespeito para com o seu
próximo.
Tenho
vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas
desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para
reconhecer um erro cometido, a tantos "floreios" para justificar atos
criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre
"contestar", voltar atrás e mudar o futuro. Tenho vergonha de mim,
pois faço parte de um povo que não
reconheço ,enveredando por caminhos que não quero percorrer...
Tenho
vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e
do meu cansaço. Não tenho para onde ir pois amo este meu chão, vibro ao ouvir
meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao
lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
Lembrem-se, isso foi dito por Rui Barbosa em 1914, vamos continuar esperando?