quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Quando os comandantes perdem a vergonha, os comandados perdem o respeito



Esta seria uma frase que caberia muito bem ao contexto atual em que o Brasil está passando. Porém, é um tanto grotesco dizer que o país, hoje, tem um comandante. Mandar e diferente de comandar. Estamos atravessando um momento crucial no que concerne à moralidade. A corrupção é um câncer que tira direitos valiosos da população.  Por conta de todos os escândalos que vimos nos desvios do dinheiro público, este ano, vamos com certeza, ter um dos maiores índices de votos nulos e em branco, sem contar com as abstenções.

 Os pequenos atos irregulares julgados como sem importância por quem os cometem e os grandes desvios de dinheiro público, juntamente com o mau exemplo daqueles que deveriam, na administração pública, zelar pela coisa pública, faz com que a população deixe de adotar práticas éticas no dia a dia. Pesquisa do Ibope detectou que 75% do povo brasileiro condenam a corrupção na vida pública, mas faria o mesmo se lá estivesse. São atos como furar fila, pagar propina para não receber multa, que acabam se espalhando. Uma coisa reforça a outra. E aqueles que estão na vida pública e observam que a população não cumpre isso no dia a dia acabam tendo a percepção que existe uma tolerância em relação a essas práticas.

Tudo isso leva a uma cultura danosa à sociedade. A desconfiança é generalizada, e quem mais perde com isso é o país.  Infelizmente nossa classe política é a maior culpada de todo este desgoverno. “Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era, que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-manter da sociedade, a demasiada preocupação com o "eu" feliz a qualquer custo, buscando a tal "felicidade" em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos "floreios" para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre "contestar", voltar atrás e mudar o futuro. Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo  que não reconheço ,enveredando por caminhos que não quero percorrer...
Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
Lembrem-se, isso foi dito por Rui Barbosa em 1914, vamos continuar esperando?

 


 

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